sábado, 14 de novembro de 2015

Imagens e Tecnologias


João Vieira de Sá

O processo educativo, em qualquer área de ensino/aprendizagem, tem como objetivo levar os alunos a utilizarem suas capacidades intelectuais para a aquisição de conceitos e habilidades, assim como para o uso desses conceitos e habilidades na prática, em sua vida diária e no próprio acesso educacional.
A educação tecnológica consiste em provocar situações de aprendizado sobre o processo tecnológico e seus produtos e manifestações, que despertem nos alunos o interesse em resolver questões significativas para a sua própria vida, pessoal e coletiva.

CASOS DE ESTUDO
O uso das Tecnologias Educacionais para conhecer lugares distantes: o projeto de educação patrimonial da 4ª turma de turismo da FACAM

Contexto: Como uma das cidades mais visitadas do Brasil e do mundo, a cidade do Rio de Janeiro recebe durante o ano inteiro inúmeros grupos de turistas que são atendidos por meio de visitas e atividades orientada, marcada antecipadamente. Foi nessa cidade, que se realizou em 1983 que se realizou o 1º Seminário de Educação Patrimonial no Brasil, a partir do qual desenvolveu-se uma metodologia específica para o trabalho educacional em museus, monumentos e sítios históricos, hoje difundida por todo o país.
Histórico: o Rio de Janeiro é um município brasileiro, situado na região sudeste do país. Maior rota do turismo internacional no Brasil e na América Latina e de todo o Hemisfério sul, a capital fluminense é a cidade brasileira mais conhecida no exterior, funcionando como “ espelho “ ou “ retrato “ nacional, seja positivamente ou negativamente. Parte da cidade foi designada Patrimônio Cultural da Humanidade. É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, o Morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor, as praias do bairro de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca, o estádio do Maracanã, o bairro boêmio da Lapa e seus Arcos, o theatro Municipal do Rio de Janeiro, as Florestas da Tijuca e da Pedra Branca, a Quinta da Boa Vista, a Biblioteca Nacional, a Ilha de Paquetá, o réveillon de Copacabana, o Carnaval Carioca, a Bossa nova e o Samba.

Metodologia: a partir de uma oficina de utilização das TICs (tecnologias da informação e comunicação),  realizada na sala de aula da turma do 4º período de turismo da Faculdade do Maranhão (FACAM), alunos e professor desenvolveram a proposta metodológica da educação tecnológica para conhecer esses lugares maravilhosos utilizando a internet ( pesquisa, correio eletrônico, chats, teleconferência, blog, jogos educativos), aplicativos , ferramenta do Google Earth e outros meios tecnológicos para tratar a informação e auxiliar na comunicação.
Após o levantamento das informações como (desenhos, maquetes, fotografias, mapas e relatos etc.).  Estes foram organizados catalogados e elaborados em uma coletânea de imagens e dados sobre a cidade do Rio de Janeiro com o objetivo de organizar no final do ano letivo, uma exposição temática coletiva apresentando o trabalho desenvolvido em sala de aula com o auxílio das tecnologias.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

RESENHA


Filme: A Onda
Ana Cristina Levy Ferreira,
Ednice Silva Lobo
 Gisele Miranda Ribeiro
Izabel Gomes Monteiro
João Vieira de Sá
Silvia Regina Rodrigues Maramaldo
FICHA TÉCNICA
Título: A Onda
Título original: Die Welle
País: Alemanha
Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Dennis Gansel e Peter Thorwarth
Produção: Anita Schneider, Christian Becker e Nina Maag
Língua: Alemão
Ano: 2008
Elenco principal:
Jurgen Vogel (Rainer Wenger) Max Riemelt (Marco) Maximilian Mauff (Kevin)
Christiane Paul (Anke Wenger) Jennifer Ulrich (Karo) Maximilian Vollmar (Bomber)
Frederick Lau (Tim) Cristina do Rego (Lisa) Elyas M'Barek (Sinan)


O filme “A onda” faz uma abordagem sobre a autocracia, no qual o professor Rainer é designado pela direção da escola para ministrar um curso sobre forma de governo para uma classe de alunos do colegial. Este resolve fazer uma experiência onde todos possam, na prática, “sentir na pele” o regime autocrata.
No início do experimento, os alunos juntamente com o professor acordaram comportamentos disciplinares e que se colocariam de pé para cumprimentar o líder (supostamente o professor). Em seguida, determinaram que se vestiriam  de branco, como uma espécie de uniformização.
Os jovens foram além do esperado pelo professor Rainer, eles mudaram seus comportamentos, assumiram atitudes repressoras contra os demais alunos que não participavam da onda, inclusive fazendo pichações nas mais diversas partes da cidade.
As proporções que o movimento alcançou foram gigantescas, considerando-se os propósitos do professor Rainer. Uma aluna e a mulher do professor observaram o que estava acontecendo com os alunos e as consequências desvirtuadas do movimento. Ambas tentaram dissuadir Rainer da ideia de continuar com o trabalho e não conseguiram.
Num jogo de polo aquático, ocorreu uma confusão entre os participantes do grupo e alunos de outro curso. O professor Rainer reuniu todos os alunos e resolveu dar fim ao grupo a onda, quando um garoto pertencente ao grupo de Rainer não concordou com a decisão de seu professor, sacou de uma arma e atirou contra um colega, e, em seguida, tentou atirar em seu professor. Rainer convenceu o aluno de que sua morte deixaria o movimento sem liderança. Então, o aluno tira sua própria vida com um tiro na boca.
O professor Rainer é preso sob os olhares das pessoas, e, antes de ser condenado pela justiça, é considerado culpado por tudo. 
   
Neste filme, A Onda deixa claro que o Rainer Wenger (o professor) não realizou o planejamento da atividade referente à autocracia - objeto do curso que estava ministrando  na escola alemã - na medida em que propõe aos alunos a vivência de uma sociedade autocrática. No entanto, a ausência de planejamento estratégico torna o fato apenas  uma experiência sem medir as consequências, não observando a clientela em formação de personalidade, já que o ponto de partida era o nazismo e como este poderia ressurgir na Alemanha. Deveria, então, estabelecer a análise e pesquisa sobre as pessoas encarceradas no campo de concentração e as consequências que esse tipo de regime foi para elas. A partir dessas premissas, a proposta do experimento sobre autocracia, a onda assim chamada pelos alunos, poderia ocorrer dentro de parâmetros seguros, portanto alimentar e retroalimentar o experimento a partir de avaliação conjunta e individual durante o processo do experimento.
Como a linha condutora do trabalho desse professor ficou a mercê dos alunos, que tinham comportamento similar à juventude nazista na doutrina e, inclusive, com atividades ligadas a propaganda (no filme, verifica-se através das pichações estabelecidas na cidade na simbologia da onda). Como consequência, assumiram uma postura opressora para com os demais colegas, de acordo com a linha condutora da aristocracia.
 E os roteiristas encaminham os diálogos de forma que o professor poderia ter mudado a conduta ou interromper o experimento com alunos a partir da análise de sua esposa, Anke Wenger (professora da mesma escola) que observa o comportamento inadequado dos alunos na escola. Percebe-se aí falha grave desse professor, pois o olhar externo apontou falhas que não tinhaM sido observadaS por ele, e poderiam ser corrigidas com intervenção do personagem Rainer Wenger.
Esta é a síntese de um drama inspirado em situações reais vividas pelos Estados Unidos no final dos anos 60. A distância temporal dos fatos não diminui o valor do filme que suscita reflexões pertinentes na área educacional.
Uma delas é a figura do professor como líder. Mesmo numa sociedade como a brasileira em que a instituições políticas e sociais desmerecem a figura desse profissional, algum poder de influência ainda lhe resta. Aqui requer uma atenção do docente em suas práticas diárias, com o tipo de pensamento que compartilha em sala de aula. A postura, as ideias, a imagem do professor servem de espelho ao aluno. No filme em questão, ratifica-se essa premissa.
 A adesão ao projeto foi pautada pelo sucesso . O professor constituiu-se como líder naquele universo estudantil, mas assim como profissionais da vida real contemporânea, a personagem não se deu conta do quanto influenciou e direcionou seu alunado para práticas além-muros escolares. No enredo, a ideia que nasceu positiva como dinamizadora para apreensão de conhecimentos, tornou-se nefasta pelo comportamento autoritário que os estudantes assumiram, reforçando a ideia de negação de direitos aos grupos considerados minoritários naquele ambiente escolar.
            Outra reflexão é a maneira como o ser humano é manipulável. E, em aceitando orientações constantes, rotineiras, internaliza a tal ponto que age no piloto automático, não se dando o direito de pensar/refletir, deixando na mão do outro o papel principal que é gerir a partir de filtros reflexivos.
           



terça-feira, 3 de novembro de 2015

O USO DO BLOG EM AULA DE LITERATURA.

* Izabel Gomes Monteiro

          Diante da inegável presença tecnológica na sociedade, é justificável que ela também se faça presente nas escolas, pois “assim como a tecnologia para uso do homem expande suas capacidades, a presença dela na sala de aula amplia seus horizontes e seu alcance em direção à realidade.” (LEITE, 2009, p.7)
          Isso não significa que o professor tenha que deixar de lado antigos recursos didáticos, mas integrá-los às novas mídias e novas tecnologias, pois elas transmitem informações, mas é o professor que vai ajudar o aluno a construir o conhecimento, processando as informações que recebe.
         As tecnologias educacionais são agrupadas em dois grupos: as independentes e as dependentes. As tecnologias independentes são aquelas que não precisam de recursos elétricos ou eletrônicos para o seu funcionamento. Como exemplo, álbum seriado, cartaz, jornais, revistas, livro didático, etc. Já as tecnologias dependentes necessitam de um ou vários recursos elétricos ou eletrônicos para que possam ser utilizadas. Como exemplo, quadro eletrônico, sites, internet e suas ferramentas, videoconferência, home page, software, etc. Todas elas têm a sua peculiaridade e várias possibilidades de uso sob a orientação do professor.
          Sem precisar deixar de lado as tecnologias independentes educacionais, o professor pode e deve inserir as tecnologias dependentes em sua rotina profissional. Como sugestão, fazer o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, por exemplo, o blog.
            O blog é uma ferramenta comunicacional, que além de textos, permite inserir fotos, vídeos e comentários. Alguns dão acesso a outros links, estações de rádios, programas de TV, permitindo uma maior interação e possibilidades de aprendizagem sobre o tema abordado. Além disso, é possível fazer atualização diária e veiculação imediata das informações. Portanto, por ser o blog uma ferramenta de domínio público, é imprescindível que haja mediação da equipe docente responsável nos blogs escolares.
Sugestão de plano de aula
1)      Primeiramente, reúna-se com os alunos e proponha a criação do blog. Há vários sites que  oferecem hospedagem de blogs; o importante é escolher um site seguro. Em português, os  mais conhecidos são: UOL blog, Weblogger e o Blogger Brasil.
2)     Em seguida, passe para a criação do blog da turma, escolhendo em grupo, o melhor layout.
3)     Depois, proponha aos alunos postagens de resenhas críticas, vídeos, críticas de obras e/ou dos estilos literários estudados em sala, estimulando-os a discutirem as características de cada escola literária.
4)      Pode-se utilizar o blog como uma avaliação ou, simplesmente, como estímulo à leitura.
5)   Estimule os alunos a visitarem outros blogs de mesmo eixo temático como forma de ampliação de conhecimento.

           

Barbosa, R. M. Ambientes virtuais de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Leite, L. S. et alii. Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.
* Licenciada em Letras, especialista em Supervisão Escolar, mestranda em Gestão da Educação.

domingo, 1 de novembro de 2015

CELULAR EM SALA DE AULA: de vilão a ferramenta pedagógica


Ana Cristina Levy Ferreira[1]


O celular não é apenas um dos itens de consumo mais desejados entre os brasileiros. É também gerador de discussões - ora pró, ora contra- no campo pedagógico. O foco dos debates relaciona o pouco aproveitamento das aulas e o baixo desempenho dos alunos com a invasão desses aparelhos no ambiente escolar.
Apresentado ao grande mercado consumidor nos anos 90, o celular já não se resume a um telefone móvel. Cada vez mais moderno, ele agrega inúmeras funções que tendem a informar, divertir e facilitar a vida das pessoas, ao mesmo tempo em que as conecta ao mundo.
Uma pesquisa, por exemplo, promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), prova o grande interesse da população por essa tecnologia quando afirma que, entre os anos de 2004 e 2013, o número de novos usuários, no Brasil, atingiu um contingente de 74 milhões de pessoas. Em percentuais, significa um crescimento de aproximadamente 132% em todo território nacional.
A mesma pesquisa não deixa escapar uma curiosidade envolvendo um público muito especial para o universo escolar:  crianças,  adolescentes e jovens. Em 2004, segundo as estatísticas, foram contabilizadas 56 milhões de pessoas, caracterizadas em idade a partir dos 10 anos, como proprietárias de um aparelho celular. Em 2013, esse número ganhou força e foram registrados, nesse mesmo grupo etário, 130 milhões de usuários. O contingente expressivo, de acordo com as análises desenvolvidas pelo IBGE, já abarcaria 72% do universo infanto-juvenil no país.
Diante desse cenário, não é difícil imaginar como a instituição de ensino vem sendo confrontada e convidada a se conectar com o universo das tecnologias dinamizadoras adaptando-as ao ambiente de aprendizagem. E eis o ponto do conflito. A escola não conseguiu fazer essa leitura tampouco se isolar da influência dessas mídias que invadem a sala de aula pelas mochilas estudantis.
Formou-se, então, um campo de batalha. O tecnológico que tem uma força natural, sustentada pela curiosidade, pela novidade, pela praticidade, pela velocidade, pela dinamicidade, impôs naturalmente sua presença num ambiente que o recebeu com resistências. As manchetes nas mais diversas mídias apontavam o celular como vilão do ensino contemporâneo, a exemplo de: “Pesquisadores criticam celular em aula: jovens não são multitarefas” (Terra, 2013), “Professores disputam atenção de alunos com redes sociais” (Gazeta do Povo,2014), “LEGISLAÇÃO - Lei proíbe a utilização de celulares em salas de aula no Paraná” (crianca.mppr.mp, 2014).
Mas nenhuma tentativa de banimento surtiu o efeito desejado e os aparelhos continuam provocando/forçando as instituições de ensino ( Escola) a buscarem de um olhar diferenciado sobre as novas possibilidades de uso do celular como ferramenta capaz de dinamizar as práticas de ensino-aprendizagem nas diferentes disciplinas.
            E tomando por base o alerta de Anísio Teixeira (2011), a escola é muito mais que a preparação para vida. É a vida em si. E desta maneira, ainda segundo o educador, “os interesses e os propósitos dos educandos devem governar as escolhas das atividades que devem ser reais semelhanças com a vida prática”.
            Por esta via, entende-se que, entre o mundo real e o escolar dessas crianças e jovens, há um fosso profundo a tornar mais evidente o quão abstrato ainda é repassar conteúdos ao educando -  conhecedor de um espaço midiático muito mais dinâmico, divertido e atrativo.
          Tendo em vista novas concepções em torno do celular, começam a ser contadas as experiências com aparelho móvel em sala de aula.Uma delas começa a ganhar corpo, na disciplina de Língua Portuguesa, ministrada na Unidade de Ensino Básico Nascimento de Moraes, na Cidade Operária.

           O celular está  sendo empregado nessa Escola para ajudar nas pesquisas de ortográficas bem como outras demandas surgidas no decorrer das aulas. O aparelho auxilia o aluno na obtenção de uma resposta mais imediata como também na ampliação dos esclarecimentos acerca do conteúdo ministrado em classe. Mas é no contraturno que os estudantes são mais exigidos.
       O primeiro passo foi formar um único grupo reunindo todos os alunos que dispõem do WhatsApp sob o título Amo Português.Diariamente, esse grupo, que reúne duas turmas do 9ª ano, recebe, no turno oposto ao das aulas presenciais, uma média de seis postagens.

Estas variam desde mensagens de incentivos aos educandos enfatizando a importância dos estudos na vida de todos até postagens extraídas de outra mídia igualmente atrativa aos alunos - como o facebook. Algumas delas exploram o cômico, possibilitando a compreensão de algo mais formal a partir do lúdico.
Junto com as postagens reflexivas seguem as de conteúdo gramatical com a intenção de reforçar algum conteúdo já ministrado e explorado em ambiente escolar. Findado o dia, é marcada uma hora em que uma ou duas perguntas são lançadas via aplicativo. Os alunos têm um tempo de cinco minutos para acharem a resposta correta com a devida justificativa.
Aquele que responder primeiro com as respectivas explicações pontua para turma. O prêmio final consiste em permitir que o grupo vencedor pesquise no caderno de anotações das aulas a resposta de duas das questões mais difíceis durante as provas bimestrais
 Paralelo às postagens, os alunos se sentem mais à vontade para digitar seus textos. E nova intervenção do professor se faz necessária, realizando ajustes ortográficos, de concordância ou dúvidas outras circulantes entre os educandos.
E assim, aos poucos, entre erros e acertos, o celular deixa o rótulo de vilão e ganha status de nova ferramenta educativa, capaz de estimular e acirrar a disputa entre turmas  na busca de (re)conhecimento de capacidades e habilidades em relação à Língua Materna.
           
REFERÊNCIAS
MELO, Itamar. Em nove anos, Brasil ganha 74 milhões de usuários de celular. HZ Notícias, 2015. Disponível em:<http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/04/em-nove-anos-brasil-ganha-74-milhoes-de-usuarios-de-celular-4749509.html>. Acesso em: 20 de out.

EDUCAÇÃO. Celular em sala de aula: proibir ou usar como ferramenta.2015. Disponível em:<http://noticias.terra.com.br/educacao/celular-em-sala-de-aula-proibir-ou-usar-como-ferramenta,605bd3f1c2323556dae7c08d601e13dfr8yfRCRD.html>. Acesso em: 19 de out.

 




[1] Letras-Licenciatura. Universidade Estadual do Maranhão. Especialização em Docência do Ensino Superior. Faculdade Cândido Mendes. Especialização em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa. Aluna do curso de Especialização Conducente ao Mestrado em Gestão da Educação. Universidade Fernando Pessoa.

sábado, 31 de outubro de 2015

O USO DAS MÍDIAS PELOS PROFESSORES NAS ESCOLAS


Ednice Silva Lobo[1]
A sociedade tecnológica torna imperativa a inclusão digital. Nesse sentido, a apropriação de conhecimentos perpassa pela educação na qual estejam alicerçadas de forma a garantir ao aluno ferramentas que o torne capaz de interagir na sociedade emergente na inserção e permanência no mundo do trabalho. E o professor nesse aspecto, é fundamental para que isso ocorra. Seu fazer pedagógico deve propiciar à geração z diferentes instrumentos de apropriação de conhecimento, levando-os a partir do que é ministrado a construírem o novo.
Dentre os recursos midiáticos presentes na escola, podemos destacar o aparelho de multimídias entregue às escolas, no ano de 2011, pelo governo federal do Brasil. Esse aparelho pode ser utilizado em sala de aula apenas ligando na tomada. Dispõe de teclado, entrada para cabo HDMI, podendo também ser ligado a outro computador ou notebook, tem entrada para pen drive, microfone, pode acoplar aparelho de som, projeta imagens como o data show e também consta de fácil acesso a internet, se a escola dispuser de wifi.
E o professor precisa conhecer, ter acesso e domínio desse recurso didático e caso não o tenha pode requisitar junto ao gestor da escola capacitação junto ao NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional), que tem profissionais habilitados para ministrar cursos. Detentor do domínio do aparelho precisa construir objetivos estratégicos de modo a garantir a aprendizagem dos alunos para o que for lecionar. É necessário que o corpo docente esteja atento que esse aparelho não é o fim, mas o meio para garantir diferentes concepções do fazer pedagógico, e para corroborar o planejamento das aulas se faz fundamental.
Aparelho de multimídias



Fonte: MEC
É interessante ressaltar que o governo federal, através do Ministério da Educação, oportuniza ao educador o portal do professor -http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html- que apresenta sugestões de aulas, as quais podem ser utilizadas como linha condutora do planejamento didático. Assim como pode utilizar a biblioteca virtual como fonte de pesquisa, por exemplo, o site www.dominiopublico.gov.br, que é um software livre.
O planejamento, que vislumbre diferentes recursos midiáticos, é muito atrativo para a geração z, acostumada a interagir em tempo real com diferentes instrumentos tecnológicos, e o professor deve também prever atividades que estimulem e desafiem essa geração.
Segue abaixo o plano de aula sobre a região nordeste para o 5º ano do Ensino Fundamental com utilização do aparelho de multimídias, programa hagáquê - software de texto- no qual pode ser construído o gênero textual em quadrinhos. O programa apresenta diferencial, no qual os aplicativos têm personagens, objetos e a inserção de texto. Ele também propicia a inserção de imagens da internet para compor as histórias. Nesta proposta de plano de aula, propicia ao corpo discente o acesso ao laboratório de informática e estimulando a interação no desenvolvimento de atividade de grupo, tanto na localização de sites como na produção e apresentação do texto produzido.
                                      


Instituição: O novo sempre vem
Disciplina: Geografia               Duração: 50’                 Turno: matutino            Ano:
Período: 09, 12, 16 e 19/11/2015
Objetivos
Conteúdo
Metodologia
Recursos
Avaliação

- Conhecer e identificar a região nordeste no mapa político do Brasil;

- Visualizar através de imagens de satélite das regiões brasileiras na ênfase da região nordeste;

- Estabelecer comparação entre o mapa político da região nordeste com as imagens de satélite da região;

Conhecer o programa hagáquê e estabelecer produção textual sobre os estados da região nordeste e a orla marítima do Estado do Maranhão;

Apresentar a produção textual através do aparelho de multimídias.





- Região nordeste:
* Estados que o compõe
* Estado do Maranhão – orla marítima
- Demonstração do mapa político do Brasil através de imagens no aparelho de multimídias na localização da região nordeste;

- Divisão da turma em grupos na pesquisa através do computador de sites que apresentem imagens de satélite com a localização das regiões brasileira em especial da região nordeste na localização do Estado do Maranhão e sua orla marítima;
- Experimento do programa hagáquê na localização de seus aplicativos de objetos, paisagens, pessoas e aprendizado ao incluir novas imagens no programa através da internet;

 - Produção de texto em quadrinhos no programa hagáquê direcionada a região nordeste no comparativo das imagens de satélite com o mapa político do Brasil e apresentação  do trabalho.
- Aparelho de multimídias
- Mapa político do Brasil
- Programa hagáquê
- Computador
- Criatividade na produção do texto no programa hagáquê na inserção de objetos, imagens da internet;
- Domínio e uso do aparelho de multimídia na apresentação.



   REFERÊNCIAS

Domínio Público. Biblioteca digital desenvolvida com software livre Disponível em < http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp>. Acesso em 26 de outubro de 2015.

GOMES, Débora Dias. Planejamento estratégico educacional. São Paulo: Grupo Ibmec Educacional, 2012.

Portal da Educação. Aparelho multimídia chega a 20 mil escolas este semestreDisponível em < http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=16323>. Acesso em 26 de outubro de 2015.

Portal do professor. Disponível em < http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html>. Acesso em 28 de outubro de 2015.

 



[1] * Pedagogia – Licenciatura e Especialista em Educação. Universidade Federal do Maranhão.  Especialização em MBA Gestão Escolar. IBMEC. Aluna do Curso de Especialização Conducente ao Mestrado em Gestão da Educação. Universidade Fernando Pessoa.

O USO DO CELULAR COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

* Profª Silvia Regina Rodrigues Maramaldo



             As mídias estão aí para dar suporte às ações pedagógicas. Mas, é o modo como estas são utilizadas é que vai definir seu caráter pedagógico ou não.
Usar? Não usar? Quando usar? Como usar? São questionamentos que o professor deve fazer na hora de planejar suas aulas. O protagonista da aula continua sendo o professor. Ele não deve perder de vista os objetivos previstos para cada conteúdo a ser trabalhado, aquilo que se espera como retorno – a aprendizagem do aluno.
É recomendável que, no início do ano letivo, o professor discuta com os alunos a ementa da disciplina, pois nesse momento, ele poderá ouvir e aproveitar as sugestões dos alunos, tornando-a mais significativa e, assim, poderá criar uma proximidade entre professor e alunos.
Destaca-se aqui a produção de vídeo de bolso como ferramenta para dinamização da sala de aula e (re)construção do conhecimento, o professor antes de utilizá-lo deverá fazer um levantamento das possibilidades do seu uso.
Moran (1995) diz que vídeo nos possibilita o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-baixo, direita-esquerda, grande-pequeno, equilíbrio-desequilíbrio. [...] Um ver que está situado no presente, mas que interliga não linearmente com o passado e com o futuro. O ver está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, o narrar, o contar estórias. A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam [...].  
Segundo Dalvi
O estudante precisa ser incentivado a ter contato com formas, textos, estéticas mais sofisticadas (o que está longe querer dizer “mais elitizadas”), que exigirão seu esforço in(ter)ventivo como leitor, sem, contudo, deixar de lado essa compreensão situada da literatura. (DALVI, 2013, p.74)
É através da linguagem que os homens se comunicam e compreendem o mundo, conhece várias culturas, histórias e costumes dos povos, propõe a leitura enquanto forma de apropriação do conhecimento e a partir dela a produção dos mais variados textos.
Diante do exposto, propõe-se uma atividade para as turmas de 3º ano do ensino médio, o uso do celular na produção de vídeo de bolso (uma espécie de curta metragem) com duração de 3 a 10 minutos a partir da leitura da obra Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. A obra deverá ser lida e discutida pelos alunos e professor em seguida, o professor apresenta a seguinte proposta de trabalho:
1 - Os alunos deverão recomendar por escrito a leitura da obra em questão;
2 - A turma deverá produzir uma resenha crítica da obra;
3 - Encenação de um trecho da obra – usar o teatro como meio de expressão (envolvendo produção de cenários, figurinos, caracterização, roteiro, maquiagem, etc);
4 - Produção de um documentário no formato vídeo de bolso, envolvendo o autor – João Cabral de Melo Neto, a obra em questão, movimento literário no qual se enquadram, características e peculiaridades da obra, entrevistas com professores de Literatura, Arte e Historiadores;
5 - A cada fase de execução dos trabalhos será feito registros fotográficos;
6 - Exposição e socialização pelos alunos dos trabalhos realizados para a comunidade escolar que acontecerá na primeira semana de dezembro de 2015.

REFERÊNCIAS
DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Maria Amélia; JOVER-FALEIROS, Rita (org). Leitura de literatura na escola. São Paulo, SP: Parábola, 2013.
MELO NETO, João Cabral. Morte e vida Severina.
MORAN, J. M. O vídeo na sala de aula. In Revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-ED. Moderna [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995.

* Professora do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Colégio Militar 2 de Julho e aluna do Curso de Especialização Conducente ao Mestrado em Gestão da Educação da  Universidade Fernando Pessoa – UFP.